quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Como posso melhorar a minha listening comprehension? – Parte 1/2

Michael Jacobs


Recebo um montão de e-mails com a mesma pergunta, que, embora colocada de várias formas, se resume a How can I improve my listening comprehension?. Outros leitores ainda usam, erroneamente, hearing: How can I improve my hearing?

Antes de mais nada, este é um bom momento para corrigir essa última frase. O inglês está perfeito – desde que você queira saber como melhorar a audição. Pois hearing é justamente isto: audição. A minha sugestão inicial, portanto, seria o uso de cotonetes. Se estes não surtirem efeito, talvez seja indicada aquela lavagem horrível, uma cirurgia ou, no limite, um aparelho (a hearing aid), daqueles com fone de ouvido e pilha. Afinal, quem tem problemas com sua hearing possivelmente está sofrendo de algum distúrbio físico – uma deficiência auditiva –, cujo final triste poderia ser a surdez. Claro, não recebo correspondências que seriam mais bem dirigidas aos médicos; digo isso apenas no intuito de corrigir o inglês.

Cf. Falsas Gêmeas: HEAR x LISTEN

Também acho interessantes as tentativas de verter listening comprehension para o português. Bem que a maioria tenta, e é por isso que a palavra hearing surge. Pessoalmente, também nunca achei uma palavra ou frase adequada. Então, de agora em diante, vou tratar sempre de listening comprehension, e fim de papo. Afinal, listening comprehension significa a compreensão daquilo que se ouve. Bom, o que eu – um simples professor de inglês – posso sugerir para ajudar? Além de dizer “Preste mais atenção, e a melhora virá com o tempo”, que é a minha tendência (ou tem sido até o momento, pelo menos), não tenho muito a acrescentar. Ou será que tenho?

Primeiro, precisamos lembrar que cada pessoa aprende de maneira diferente. Eu, por exemplo, sou muito mais visual. Com freqüência, preciso ver a palavra escrita antes de conseguir decorá-la. Outros são mais auditivos, memorizando tudo só de ouvir. O assunto é tão complexo que acredito não existirem respostas simples. (Talvez nem mesmo respostas complexas! Será que existem respostas para uma pergunta assim?)

Entretanto, neste livro acho que devo enfrentar a questão. Mas por onde começar? Penso naqueles que, nesta altura, poderiam estar quererendo entrar no campo das ciências que estudam e tratam do sistema límbico do córtex do hemisfério direito do cérebro, que comanda as funções do lado esquerdo do corpo, e vice-versa, mas, sinceramente, não é a minha praia (e nem sei se acertei no vocabulário). Honestamente, não sei o que recomendar, além de mais treino e mais treino e mais treino. Fitas, filmes, leitura (para adquirir vocabulário), aulas e conversação. O que mais posso dizer?

E se alguém exigisse de você uma resposta? O que você diria? Quem sabe você poderia começar listando atividades como as que mencionei acima? Assistir a vídeos em inglês com as legendas escondidas, ou mesmo a fitas sem legenda. Ouvir a suas músicas favoritas, tentando entender a letra, para depois checar a sua compreensão e repetir as palavras. Existem ótimas publicações que vêm com diálogos gravados em fita, para você treinar. Poderia até usar aquele velho recurso – o livro! E agora vou usar uma palavra que tento evitar nas coisas que escrevo: etcétera, abreviada para etc. Livros, vídeos, fitas, música, aulas, conversação etc.

Há tanto material disponível no mercado para ajudar o aluno a melhorar a sua listening comprehension que está longe de mim querer reinventar a roda. Acredito que as editoras sabem o que fazem, e, se existisse algo revolucionário para lançar, elas com certeza estariam fazendo exatamente isso. O fato de não o fazerem parece transmitir uma mensagem clara e objetiva, não acha?

Talvez ajude se eu me lembrar de como foi o meu processo de aprendizagem do português. Vamos tentar juntos? OK. No início, tudo parecia que eram sons estranhos – eu não entendia nada! Frustrante? You bet. No meu primeiro dia de Brasil, lembro-me de que, ao ser apresentado a uma pessoa que me disse “Muito prazer”, respondi “Mootu pléja”. Havia entendido pleasure! Viu só? Não estava tão longe assim. Mas olha só o que aconteceu: repeti o som que ouvi, e a pessoa deve ter pensado que eu era um nativo, um brasileiro de fato. Vá, concorde comigo… Senão, vou parar por aqui.

OK. Concordou. Ainda bem. Vou continuar...

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Veja amanhã, o resto do artigo

Fonte: http://www.teclasap.com.br

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