segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

The Stuff Within


Ensinar inglês possibilita descobertas bem interessantes. Na escola para professores, somos ensinados que para que um aluno possa falar bem uma língua estrangeira, tudo o que ele precisa é aprender gramática, ter um bom vocabulário e com uma pitada de prática: Shazam! Inglês fluente. Na vida real, não ocorre assim. Com a exceção de alguns poucos estudantes dotados de uma facilidade única para absorver e usar qualquer informação, os outros ( a grande maioria) patina na fluência. Por mais que esses consigam, muitas vezes, escrever, ler e até escutar muito bem; na hora de falar: nothing.

O que falta para esses estudantes conseguirem deslanchar? "The Stuff Within" parece ser a resposta.

The Stuff Within é basicamente, you know, um recurso da língua que, like, possibilita ao falante ganhar... a kind of tempo para que ele consiga, you know, lembrar de uma palavra, (what else?) pensar em como descrever algo or apenas ganhar tempo numa conversação. Do you know what I mean?

Aparentemente, when it comes to learn how to speak a second language, levamos mais tempo para conectar idéias, por mais que saibamos o que dizer e como dizer. Muitos estudantes pagam uma fortuna em imersões ou viajam para diversos países, tentando resolver esse problema de comunicação, mas tudo o que conseguem é mais frustração. Observando meus estudantes e suas dificuldades para expressarem seus pensamentos e idéias, percebi que havia " gaps " - espaços e silêncios em sua fala e quando eles conseguiam emitir algum som, saia um " humm" ou um " hamm" que não os ajudava a finalizar aquilo que eles queriam dizer. Daí, conheci a mágica dos " gambits".

Os Gambits são expressões em inglês que não querem dizer lá muita coisa, mas é usado, entre outras coisas, para chamar a atenção ( Right? Did you get it?) ou para introduzir um assunto ( Well, as far as I know, in my opinion, etc) que, de alguma forma, ajuda a conectar idéias e construir melhor a fala. Como marcadores conversacionais, os gambits trabalham como sinalizadores de conversação, possibilitando a quem está falando uma maior fluência e para quem está ouvindo, uma impressão natural de conversação.

Comecei a trabalhar com gambits nas aulas e o resultado começou a aparecer: alunos que eram monossilábicos, passaram a se arriscar em construções vocais mais complexas, querendo finalizar a sua fala e expressar bem as suas opiniões. Os gambits ajudam a dar confiança durante o ato da fala, possibilitando ao aluno, uma ferramenta útil e eficaz para que eles puxem uma idéia depois da outra, possibilitando, finalmente a comunicação na língua estudada.

Alguns exemplos:

Oh, I almost forgot...Já ia me esquecendo...

Just a small point...Só mais uma coisa [coisinha]

Not only that but…Não somente isso, mas…

And besides…E ainda… / além disso…

I’ve no idea who told you that but…Não tenho a menor ideia de quem lhe disse isso, mas…

My Goodness where did you get that idea form?Meu Deus, de onde tirou essa ideia?

Because of that…Por causa disso…

Absolutely! Com certeza!

So do I. Eu também.

I don´t know. Eu não sei.

Oh, it’s slipped my mind. Oh… Esqueci!

I haven’t a clue. Não tenho a menor ideia.

I don’t believe. Não acredito!

I’m not sure. Não tenho certeza.

And so on... e por ai vai.

Essas expressões ao serem colocadas no meio das frases - The Stuff Within- no lugar das pausas e silêncio tem sido uma das melhores práticas para estudantes com bloqueios não só nos níveis mais avançados, mais também nos níveis mais básicos do idioma, onde o aluno, percebe que mesmo com poucos recursos da língua, a comunicação flui naturalmente.

As simple as that.

Professor Frank.

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