" Every time you have a blockage Keep the calm
and carry on"
Uma vez que se inicia as aulas, esse bloqueio vai sendo dissolvido à medida que o aluno vai readquirindo confiança em se expressar e reconhece que ele tem o direito de errar. Se pudéssemos descobrir o exato momento em que isso ocorreu, creio que seria mais fácil ajudá-lo a desbloquear. Na semana passada, eu pude presenciar, pela primeira vez, o momento em que isso ocorre.
Martin precisava urgentemente falar inglês devido a sua carreira e me disse que tinha dificuldade de se expressar. Começamos a conversar em português e fui passando a conversação, pouco a pouco, para o inglês e sem que ele percebesse, já estava conversando comigo em um segundo idioma por mais de dez minutos. Fato que me surpreendeu, pois aparentemente não parecia existir nenhum tipo de blockage em seu speech. However, em um dado momento, quando tentei stretch o assunto um pouco mais, percebi que ele não conseguia encontrar as palavras certas para terminar o seu raciocínio. O silêncio do seu esforço mental fez com ele me olhasse em pânico.
Seus olhos se encheram de lágrimas e percebi que toda a sua musculatura havia se contraído - eu estava presenciando o nascimento de um blockage.
Eu sabia que qualquer ação errada poderia prejudicar Martin, sabia também que não poderia exigir demais e que precisava urgentemente fazer ou dizer algo que o relaxasse. Thus, sorri, voltei ao português e falei:
" Deixa eu te contar uma estória..." - Quando eu passei para o português, senti que ele conseguira relaxar a sua musculatura. Levando isso em consideração, o próximo passo seria trazer de volta para o olhar dele, o brilho de quem se arrisca a falar.
" Há muito muito tempo, houve uma época em que não conseguíamos falar. Contam as lendas e o povo mais sábio que conseguíamos nos comunicar com a mente - telepatia, talvez, não sei! Eu não estava lá- mas conta quem estava lá que os homens consideravam o som, algo muito sagrado para ser usado e somente os iniciados conseguiam dominar a voz, pois na voz morava um " gênio" que a controlava e só dava o controle para os seres humanos, se eles soubessem respeitar o ritmo da fala. E para saber o ritmo da fala, os iniciados precisavam compreender que para controlar o gênio da língua, eles teriam que aprender a errar..."
À medida que fui contando a estória, percebi que Martin foi começando a sorrir e todos os sinais de stress do bloqueio foram desaparecendo.
" E errar era algo que exigia muito do iniciado: coragem e inteligência para extrair dos erros, um maior controle sobre o gênio. E contam as lendas que o iniciado que aprendia com seus erros, passava a dominar um segundo idioma que abriria as portas para muitos outros tesouros do conhecimento."
- Então de acordo com a sua estória, a fala é um segundo idioma? - perguntou Martin.
- Sim, e errar é a única maneira de dominarmos esse gênio. The question is: do you have the guts to make a mistake?
- Of course I do, - ele respondeu rindo and we returned to our English conversation.
This experience showed me that the language blockage is a threat that always going to be there and we need, as language instructors, to be very careful to understand how to deal with it and most important of all, help our leaners to befriend it in order to overcome that.
Martin, on the other hand, se despediu com um sorriso de vitória no rosto, afinal, uma comunicação genuína é aquela que você fica confortável para ser você mesmo.
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