Os sete conceitos são setas que ajudam o aluno a compreender como ocorre a sua jornada de aprendizado. Eles não são uma garantia de fluência em inglês no final de um curso ou de qualquer outro tipo de aprendizado, porém, ao estudar os sete conceitos e compreender como eles funcionam com a gente, eles passam a ser uma grande ferramenta para essa caminhada como um learner.
Como professor de idiomas e comunicação, sempre tive muito cuidado com fórmulas prontas justamente por eu saber que cada pessoa é única e tem a sua própria forma de compreender e aprender algo, mas durante toda a nossa formação, inicialmente como escola de idiomas e depois como escola de comunicação, observamos que os sete conceitos foram se delineando aos poucos, até que eu já não conseguia ignorar a existência deles e quando passei a utilizá-los em sala de aula, pode provar da eficácia que é aplica-los para auxiliar meus alunos a avançar nessa jornada.
Por isso, convido todos vocês a estudarem further cada um deles. Shall we?
1. Structuring
O conceito structuring visa ajudar os alunos iniciantes ou com dificuldade de aprendizado a estruturar numa formatação básica e compreensível o que ele estiver aprendendo.
Com o auxílio de algumas ferramentas (Mind Map para organizar a sua escrita e Chunks of Words e Gambits para organizar o seu discurso), o aluno aprende um método para falar brevemente sobre qualquer assunto que ele venha a estudar, além de ajudá-lo a organizar as informações para uma posterior revisão. O Mind Map serve como bússola, mas os Chunks serão uma ferramenta poderosa para aumento de auto-confiança, pois o aluno percebe que sairá da aula falando e não com um caderno cheio de teoria que nunca será aberto novamente.
O structuring mostra ao aluno que os professores da A Frank Experience não querem que ele fique apenas na repetição de conteúdo para memorização (parroting) e sim que ele use seu próprio contexto nos exemplos a serem estruturados para que o processo de aprender não se torne uma aula exaustiva e repetitiva mas sim uma experiência que se deseja repetir.
O structuring é a própria fundação do tema a ser aprendido. Se bem "estruturado" o objeto do estudo será resignificado e absorvido em vez de de ser apenas memorizado. Por meio dessa ferramenta surgirão todas as ramificações que o estudo mais aprofundado exigirá.
No structuring é construído o elo entre o aluno e o mediador (bond) e o aluno começa a aprender a dominar a ansiedade de traduzir tudo aquilo que deseja falar.
O foco do structuring é o desenvolvimento das habilidades da fala e da escrita (output).
A prática do savoring, literalmente saborear tudo o que se aprende em termos de forma, som, e significados, tem a função de aproximar o aluno do objeto estudado, trazendo-lhe um contentamento pela experiência de conhecer e aprender uma nova palavra ou expressão. A absorção desse conceito auxilia os alunos a compreender a importância das pequenas conquistas no aprendizado de uma segunda língua e proporciona a quebra da resistência a novas palavras e expressões próprias daquela cultura, além da aceitação das diferentes estruturações dessa nova linguagem.
Assim, a resistência ao novo vai desaparecendo e o conteúdo começa a ficar muito mais familiar em comparação com os significados da língua mãe. O aluno troca paradigmas culturais ("Eu não gosto de inglês porque não gosto dos americanos.) por uma visão internacional do seu estudo ("Aprender inglês abre portas para a comunicação mundial")
Ao incorporar essa “degustação” dessa segunda língua o aluno compreende ainda que o seu aprendizado significa muito mais que a simples memorização de regras como geralmente acontece em aulas convencionais.
O savoring parte do princípio de que aprendemos melhor quando estamos felizes e relaxados. Por isso, seu objetivo é acalmar o estudante e diminuir a sua ansiedade, fazendo-o compreender que não é necessário tentar alcançar uma fluência inatingível nos momentos iniciais do curso e sim estabelecer um objetivo mensurável enquanto ele se diverte no processo. Livre de suas tensões, o aluno passa a prestar mais atenção ao conteúdo que lhe é apresentado e a resignificá-lo de acordo com o seu próprio contexto. Por seu lado, o professor descobre qual é o estilo de aprendizagem do aluno (visual, cinestésico, etc) e passa a considerar as especifidades de cada um.
O savoring proporciona ainda que o aluno compreenda a importância de manter o seu discurso curto e limpo ( KISS - Keep It Simple ) e que menos é sempre mais (less is more) quando não dominamos um conteúdo; porém sem alegria e prazer, não há aprendizado de fato (no fun no gain). Ele passa a compreender o conteúdo (content) pelo contexto (context) e a extrair informação por palavras chaves durante a escuta ativa (key words).
O foco do savoring é desenvolver a habilidade da escuta e da leitura ( input), além de fortalecer as habilidades de output anteriormente desenvolvidas.
3. Taking Risks
O conceito Taking Risks encoraja o aluno a colocar em prática o que aprendeu (input e output) e não desenvolver (ou superar) bloqueios (blockages), risco típico de alunos que se frustram ao não conseguir atingir as suas altas expectativas ou a expectativa de professores que não possuem essa visão do aprendizado. Ao praticarem o Taking Risks, os alunos aprendem a importância da força de vontade - Will - para praticar o que aprendeu e a descrever as palavras que lhe fogem à memória até conseguir relembrar ( Fish it Back).
O Taking Risks ajuda também o aluno a compreender e aceitar os erros e equívocos com a língua, e a se dar conta de que ele tem o direito de errar (Right to be wrong), afinal, o erro faz parte do processo de aprendizado. Quando trabalhamos esse conceito, o aluno é preparado para aprender sobre a sua respiração durante a comunicação ( breathe in/breathe out) e evitar a fuga da oportunidade de praticar o idioma.
Dentro do conceito de taking risks está implícito o valor da ousadia (have the guts) e da disciplina (self control), que levam o aluno a dar ao seu estudo o devido valor. O foco do taking risks é preparar o aluno para usar todas as suas habilidades desenvolvidas e alertá-lo para os perigos do bloqueio e como evitá-lo.
4. Tuning
Depois de aprender sobre Taking Risks, o próximo passo é compreender como funciona a comunicação com o outro. O tuning complementa o Taking Risks ao mostrar ao aluno que ele precisa escutar de fato o seu interlocutor (hearing x listening).
Com o tuning, o aluno precisará aceitar que não há um único tipo de inglês falado (American ou British) e sim, uma variedade lingüística que inclui a si mesmo (Brazilian English), além de ter acesso aos mais diferentes sotaques que o habilitará a se tornar um falante universal do idioma e não apenas regional. Aprendendo inglês como língua global, o aluno percebe que pode gerenciar a sua comunicação com o outro, independentemente de sua origem. Para tanto, ele deve procurar manter o seu ritmo da fala (level up/level down), sem alterações devido a ansiedade de falar tão rápido quanto o seu interlocutor, controlando a sua ansiedade e manten do-se dentro de sua própria fluência (entenda-se: velocidade, entonação e ritmo de conversação).
O tuning remove do aluno a pressão pela perfeição que os brasileiros geralmente carregam com o aprendizado de línguas e o torna, pouco a pouco, um aprendiz de comunicador que estuda e pratica as habilidades da fala e do discurso para que o seu inglês seja cada vez mais compreensível.
O foco do tuning é na interação com um outro falante e no gerenciamento do input e do output, de modo que possa deixar o aluno confortável e confiante ao se expressar.
O conceito Recasting tem a função de ajudar o aluno a aprender a se auto-corrigir. Nas escolas tradicionais, esse papel é exercido sempre pelo instrutor, que desenvolve uma série de ferramentas para corrigir o aluno, visando um nível de acerto (accuracy) que beira o acadêmico. Com o Recast, o aluno aprende a usar nele mesmo, essas ferramentas.
O Recasting proporciona que o aluno a ganhe cada vez mais autonomia de aprendizado, dependendo menos do professor. O papel do professor se torna o de um mediador que não interromperá o fluxo - flow - em prol da correção e nem deixará o aluno aprender errado.
Saber por que errou e saber como se corrigir, torna o Recasting uma importante ferramenta de auto-suficiência para o aluno.
O foco do recasting é a auto-correção do output em virtude de já desenvolver no aluno uma visão mais autônoma do seu aprendizado.
6. Self-study
O conceito Self-study é o tronco da árvore que consideramos ser a Frank Experience, justamente pelo self-study ser a ferramenta mais importante para a expansão do estudo pelo aluno e que manterá sua força e firmeza. Compreendemos que o aluno não aprende na escola e sim por conta própria quando passa a apropriar-se do objeto do seu estudo, contudo, culturalmente não somos uma nação de leitura espontânea e nem do estudo mais profundo ( further) de um assunto sem sermos obrigados a isso. Levando em consideração todos as dificuldades para que isso ocorra ( cultural, life-style, desânimo, preguiça, excesso de estímulo, etc), desenvolvemos no aluno uma vontade de buscar a sua própria forma de auto-estudo.
Nesse contexto, o professor precisa seduzir o aluno para uma jornada em que ele perceba que o self-study pode ser algo divertido. Para tanto, o professor ajudará o aluno apresenta-lhe um modelo de estudo e as ferramentas que estão a sua disposição para que ele experimente e verifique quais delas são mais adequadas ao seu perfil. O aluno aprende também a diminuir o preconceito, ou a simples resistência aos "homeworks" ao entender que o estudo extra não é quantidade mas sim, um pouco de cada vez, um pouco todo dia.
Entendemos que é necessário que o aluno saiba por onde começar, mas o intuito não é ensinar a pescar e sim mostrar ao aluno que ele pode criar e desenvolver seu próprio jeito de pescar (Spoon-feeding).
O conceito self-study constitui a chave para que os assuntos não sejam esquecidos e se tornem um aprendizado para a vida toda ( life-long learning), pois a memória é fortalecida pela criação de associações entre os conceitos e seus significados. Se o self-study for feito de forma ordenada, em estruturas lógicas e organizadas, as informações serão lembradas com exatidão.
O foco do self-study é ajudar o aluno a organizar o seu aprendizado e incentivá-lo a buscar a autonomia da ação investigativa.
7. Going Further
O conceito "going further" permite ao aluno uma visão abrangente de como ficará o seu progresso pós-escola/teacher. Esse conceito visa demonstrar a importância da autonomia e de um planejamento de longo prazo.
Transformado de Student à Learner, o aluno compreenderá que depois de structuring o seu inglês com o sabor do savoring e a confiança do taking risks, ele pode se corrigir com o recast, falar com qualquer pessoa no mundo com o tuning e não perderá o seu aprendizado se souber se organizar para o self-study, porém, é através do going further que ele se apropriará efetivamente e definitivamente da língua, criando seu próprio jeito de estudar e se comunicar.
Com o going further, o aluno é convidado a ousar, expandindo (stretching) cada vez mais o seu inglês, percebendo que sempre poderá ir mais além, melhorando o que já conseguiu alcançar. A partir desse conceito, o aluno conhece os rumos que pode tomar: certificados de proficiências, cursos e palestras no exterior, etc. Ou até mesmo continuar a estudar mais focado em algum objetivo que deseje alcançar além do inglês por si.
O objetivo do going further é que o aluno se veja como um comunicador efetivo e um cidadão multilingue, confiante o bastante para se expressar em qualquer ambiente, usando o seu aprendizado de uma segunda língua para crescimento profissional e cultural.
O foco do going further é instigar o aluno à descoberta do seu potencial de aprendiz da língua e a compreensão que o estudo da língua é permanente e que ele pode controlar esse estudo se tiver mini-objetivos a serem alcançados.
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