O Andador para Bebê e a Escola de Inglês

Há diversas semelhanças entre a jornada de um bebê e um adulto aprendendo a falar um segundo idioma, especialmente quando comparamos quando a criança começa a andar e quando o adulto começa a estudar inglês.

No livro "Não Engula o Chiclete": mitos e meia verdades sobre o corpo e a saúde. O Dr. Aaron E. Carroll e a Dra. Rachel C. Vreeman desmistificam a crença que a criança aprende a andar muito mais rápido se usar um andador, segundo eles: "Os pais parecem adorar os andadores porque imaginam que eles ajudam a criança a aprender a andar. No entanto, os andadores, segundo varias pesquisas, podem na realidade retardar o desenvolvimento da criança para andar sem apoio".

Seguindo esse exemplo, podemos dizer que algumas escolas são como andadores, parecem auxiliar o aluno a aprender, mas na verdade, atrasam o processo ou em alguns casos, podem prejudicar completamente o progresso de um interessado em falar um segundo idioma.

Essas escolas afirmam que os alunos só poderão aprender se estiverem na escola tal seguindo certa metodologia ou usando dado livro, porém elas não mostram ao aluno como o aprendizado realmente ocorre, quais são suas dificuldades e barreiras. Não participar ativamente do processo pode prejudicar o aluno.

No caso dos bebês, o andador impede que as crianças vejam as suas pernas se movimentando - fator crucial da capacidade do bebê para andar. No caso dos adultos, se eles não souberem para onde estão indo e como seu processo está ocorrendo, eles serão sempre dependentes das escolas-andadores.

O bebê anda de forma diferente dentro do andador e quando se sustenta por si. Dentro do Andador, o bebê usa mais os músculos da parte posterior da perna e em geral fica na ponta dos pés, provocando ao mesmo tempo um enrijecimento inadequado dos músculos da perna. O adulto aprende um inglês na escola, enrijecido por um material que não o prepara para a vida real.

Os bebês que aprendem a andar dentro do Andador precisam reaprender a trabalhar toda essa musculatura antes de conseguirem andar por si. Os alunos geralmente saem das escolas com um diploma embaixo do braço, mas não conseguem sequer se apresentarem ou conversarem sem ter o conforto e a segurança da escola. Da mesma forma que o andador oferece equilíbrio para o bebê, o aluno percebe que ele não esta preparado para o desafio de se equilibrar sozinho quando passar a andar sem apoio.

Sem a muleta do andador, os pais precisam confiar no ritmo natural do bebê. Ao abraçar o seu próprio aprendizado, o aluno dispensa a muleta da segurança ilusória de acreditar que só aprende com a escola e ganha a autonomia de aprender consigo mesmo, e vai pouco a pouco, deixando de engatinhar e passando a dar os primeiros passos sem o andador-professor.

Conheço diversos pais que mesmo sabendo dos perigos do andador preferem usá-los assim mesmo; assim como eu conheço muitos alunos que só querem aprender se o professor ensinar, pois dizem não ter tempo ou a disciplina para caminhar sem os andadores. Nesses casos não há muita coisa a fazer a não ser desejar boa sorte!


Professor Frank