segunda-feira, 9 de abril de 2012

A floresta Inglesa



Tente imaginar que você tem algum motivo para entrar numa floresta sem bússola e sem mapas. Para não se perder e conseguir encontrar o que você deseja, você passará a contar com a sua memória (saber de onde veio e memorizar os passos que deu), seu poder de fazer associações para criar soluções (saber o que fazer se houver algum perigo ou diante de algum imprevisto) , extrair uma visão macro da floresta (compreender o seu novo hábitat e sua relação com ele) e por fim, precisará ter uma grande resistência para lidar com o cansaço e as frustrações, afinal cada passo adentro da floresta vai requerer muito mais esforço e atenção.

Yes, this is about speaking English. Pelo menos no início ou depois de um tempo sem praticar, falar inglês é como entrar nessa floresta por conta própria e risco. Para os iniciantes é um esporte radical novo e cheio de aventuras; para os veteranos que correm atrás da fluência perdida será um resgate da memória da floresta, pois esses últimos, já estiveram nela e deveriam "teoricamente" saber se virar muito bem, mesmo sem bússola e mapa. Não sabem!

Essa crônica é para dar dicas aos mais novos e relembrar aos mais velhos sobre como se virar bem enquanto estiverem na floresta, quero dizer, falando inglês.

1. Memória

Saber como a sua memória funciona deveria ser a primeira lição de um curso de idiomas. Não é!

A) decorar não funciona: esqueça aquelas técnicas malucas de decoreba. Ao invés de se matar tentando decorar mil palavras que provavelmente você nunca vai usar por não saber como associá-las; associe! Isso mesmo - associe! Ao aprender alguma palavra nova; ao invés de traduzi-la ou tentar decorar, associe essa nova palavra com algo que você já conheça, uma frase que tenha sentido com ela ou uma imagem que seja forte o bastante para você olhar para a palavra e lembrar da imagem.

B) palavra deletada: sua mente faz três varreduras mentais para apagar palavras soltas. A primeira em meia hora, a segunda, antes de você dormir e a última, três dias depois. Se você revisar o que aprendeu, logo depois da aula, antes de dormir e dois dias depois, você nunca esquecerá essa nova palavra. A parte ruim é a disciplina que você não tem; a boa é que basta revisar por três minutos a lição aprendida. Cool, não?

2. Associações

Cada pergunta em inglês é um confronto com uma esfinge que metade-leão metade-gente nos encara e exige: decifra-me ou eu te devoro!

A) a resposta está na pergunta: para não ser comido vivo pela prática sugerida, observe a pergunta. Geralmente, a sua resposta começa com frases da pergunta.

B) Gambits: ganhe tempo para poder responder. Evite o silêncio com palavras e frases como: well, let me see, etc.

C) A, B and C: sempre use um BECAUSE para dar razão a sua resposta inicial e finalize com um SO. Evite respostas curtas. Lembre-se que a razão da prática é que você pratique. Nesses casos, mais é mais, desde que você faça sentido e use essa estrutura de três frases associadas para falar mais e get your message across.

3. Macroview

De micro já basta o nosso salário. Compreenda o que se está sendo sugerido e perceba aonde o seu curso está levando você e qual é o seu papel nisso.

A) esforço mental: esforce-se para compreender o que se está sendo proposto; se você não entender algum exercício, peça instruções.

B) não entre mudo e saia calado: não crie obstáculos, nem use armaduras para evitar se arriscar. Se você está num curso de inglês, deveria ser para conseguir se expressar. Não se esconda por trás do seu caderno ou do livro ou dos outros que falam e se arriscam mais; o exercício mais importante de um curso de idiomas é abrir a boca e usar a língua.

C) o verdadeiro suspeito: se o seu problema é disciplina e falta de organização, não aponte o dedo pro professor e para o curso. Primeiramente, perceba que apesar do dedo apontador estar na direção do outro, há três outros dedos apontando na sua direção: responsabilidade, esforço e respeito (pelo professor e por si mesmo).

Finalmente, aceite o cansaço; perdemos o gás mesmo. Falar inglês cansa tanto quanto tentar sobreviver no extremo de uma floresta. Até conseguirmos ver esse estudo e fala como algo natural e prazeroso, cada resposta construída dói um pouco, mas posso garantir que, as my granny used to say, o quê não nos mata, deixa a gente mais fluente.

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