sexta-feira, 17 de junho de 2011

Will

Toda vez que escrevo a palavra inglesa " Will" na lousa, meus alunos pensam que vou fazer alguma lição ou revisão sobre o futuro. Com toda razão! Afinal, uma das funções do "Will" é justamente expressar aquela situação referente ao futuro, onde queremos fazer algo, mas não temos certeza se isso irá ocorrer.

" I think I will study tomorrow"

Contudo, " Will" é algo mais, e sendo a língua inglesa, um idioma onde as palavras possuem multi-significados, " Will" assume um significado bem interessante quando o assunto é descrever a razão, pelas qual, certos alunos tem dificuldade em aprender inglês: falta Will !

Como substantivo, " Will" quer dizer: vontade, arbítrio, desejo, e acima de tudo, intenção. A intenção é o que nos diferencia dos outros animais que habitam a Terra.

A onça, por exemplo, vive sob o poder da reação ao que ocorre em seu interior (fome, sede, etc) e exterior ( frio, calor, perigo de caçador, etc). A onça, até onde eu sei, não se preocupa sobre o que as outras onças estão falando sobre elas, nem filosofa muito sobre a floresta, muito menos, pensa em fazer dieta. A onça, assim como qualquer outro animal, não possui a capacidade humana de dar significado as suas ações e reações. Sendo assim, seria impossível para mim, por mais que eu tentasse, ensinar a onça a falar " tigrês", pois por mais importante que isso fosse para ela em sua carreira de felino, ela não conseguiria ter idéia da importância de ter intenção plena e forte de estudar direito, pois ela, biologicamente, só reagiria as minhas instruções, sem se dar conta, que ela tem também responsabilidades a cumprir nesse processo.
A analogia é proposital, pois ainda tenho alguns estudantes que se comportam como onças, e antes que alguém se sinta ofendido, explico: eles se esquecem da importância e do poder do seu " Will" no processo de aprender um segundo idioma. Como no exemplo da onça, eles apenas reagem as aulas e deixam de existir como alunos, quando a aula termina. Falta-lhes aquele " iron Will" de, ao menos, revisar as lições aprendidas, antes da próxima aula. Dai, então, chegam na aula, esquecidos e frustrados, por não conseguirem acompanhar a matéria ou compreender o que estão aprendendo. A grosso modo, eles agem como as pessoas que querem perder peso, mas não abrem mão dos velhos hábitos alimentícios.

Não é preciso, todavia, um " GIANT WILL" para deixar de reagir e começar a tomar controle sobre o seu aprendizado, nem é preciso, tão pouco, fazer um TCC ou mestrado sobre a matéria. Só é preciso o " Will" para revisar a última lição, organizar o vocabulário e vir preparado para a próxima aula. Uma boa revisão equivale a, pelo menos, umas quatro aulas, pois reinforçará o que foi aprendido anteriormente, facilitando a absorção de novos conteúdos e evita com que o professor perca o tempo dele ( e o seu), fazendo mais uma revisão que deveria ser a sua responsabilidade.

Se você leu até aqui, meus parabéns! Você está treinando o seu " Will" com letra maiúscula. Porém, isso tudo não vai passar de blá, blá, blá, se você não praticar o seu " Will" agora, portanto, não basta um futuro cheio de intenções, pois enquanto alguns " students" ainda estão no " I will study tomorrow", os reais " learners" are already studying it now.

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